Dia Mundial de Combate ao AVC - Acidente Vascular Cerebral

Uma em cada seis pessoas no mundo terá um AVC (Acidente Vascular Cerebral, popularmente chamado de derrame), ao longo da vida. É por isso que nesta sexta-feira (29), dia mundial de combate ao problema, especialistas alertam para a importância de se reconhecer os sinais causados por uma obstrução ou rompimento de vasos sanguíneos cerebrais.
Primeira causa de mortes e incapacidades no Brasil, o AVC pode ser dividido em dois tipos: isquêmico (cerca de 80% dos casos) e hemorrágico (cerca de 20%). O primeiro é causado por um coágulo que obstrui a artéria, levando à morte de neurônios. Já no AVC hemorrágico o sangue é extravasado para dentro do cérebro, comprimindo os neurônios.
“Para o AVC isquêmico, existe uma medicação que pode ser administrada na veia, até 4h30 depois do início dos sintomas, que pode diminuir em 30% a chance de o paciente ficar com sequelas graves”, explica a neurologista Adriana Conforto, do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (Universidade de São Paulo). É por isso que buscar ajuda assim que os sinais aparecem é fundamental.
O AVC pode se manifestar por um ou mais sintomas. Veja quais são:
- Fraqueza ou formigamento de repente, em um dos lados do corpo;
- Dificuldade súbita para falar;
- Dificuldade súbita para enxergar ou visão dupla;
- Dificuldade súbita para caminhar ou perda do equilíbrio;
- Tontura com sensação de que tudo está girando;
- Dor de cabeça muito forte, de repente, sem causa aparente.
“É preciso que, após o início dos sintomas, o serviço de emergência (Samu – número 192 em todo o Brasil) seja acionado e que o paciente seja levado rapidamente a um pronto-socorro de um hospital que possa oferecer tratamento”, alerta a médica.
Fatores de risco
Em um estudo realizado na população de Joinville (SC), pesquisadores detectaram que o principal fator de risco em pacientes com AVC isquêmico é hipertensão (pressão alta), presente em 59,3% das vítimas. Em seguida, apareceram o colesterol elevado (28,5% dos casos), o tabagismo (24,9%) e o diabetes (26,9%). Consumo excessivo de álcool, obesidade e sedentarismo também podem aumentar a predisposição à doença.
“Quanto maior o número de fatores de risco, maior a chance de uma pessoa ter um AVC. E quem já teve um tem risco maior de ter outro”, previne a neurologista.
Para evitar o derrame e outras doenças vasculares, as recomendações são as seguintes: controlar a pressão alta, o diabetes, o colesterol e eventuais doenças do coração, se for o caso, além de fazer exercícios físicos regularmente, evitar a obesidade por meio de uma dieta saudável, limitar o consumo de álcool e não fumar.
Em um ranking nacional feito pela neurologista, o Rio Grande do Sul aparece com a maior taxa de mortalidade por AVC no país – 75 mortes por 100 mil habitantes. Em segundo lugar está o Rio de Janeiro, com 68 mortes por 100 mil habitantes, seguido pelo Piauí, por Pernambuco e pelo Paraná. O cálculo é baseado em estatísticas do Ministério da Saúde de 2007.